Ontem eu estava aqui no meu quarto olhando a parede da frente
acima do computador e segurando meu copo de balla12 meio descompromissadamente
como impávido de que o bicho de repente pudesse criar asas e voar como venho
fazendo há uns 40 anos quando sinto uma cociguinha nos pêlos da canela direita
e desvio o olhar com essa preguiça abissal que me é tão peculiar e vejo que uma
barata cascuda tenta escalar minha perna.
Lembro que pensei, "essa barata é
fake", apondo um pontão de exclamação bem grandão na oração como sinal de
desilusão.
E logo emendei, "Se Michelangelo fosse uma
barata, até hoje a Capela Sistina não teria sido decorada".
Que fantasmagoricamente colossal boçalidade cai
sobre esta época do diabo feito um rochedo de mármore Carrara, nos sufocando a
todos qual um colchão embolorado.
Até minhas baratas são fakes.
Todo mundo é fake.
Aquele marciano que me visitou ontem pouco antes
da hora do almoço querendo filar um prato feito era fake.
Certo, provavelmente são os novos ares trazidos
por esses chineses sem senso de limpeza nem pessoalidade.
Forjados em outra linha de montagem.
A partir do mesmo molde.
PLAFT, MY VERTICAL SYLVIA !
Assim, seco, irreverberado, imbuído da missão de
seguir em frente até a próxima esquina.
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