3º mandamento da poética



Muitos ainda acham, mesmo passados 800 mil anos do Modernismo, que fazer poesia é falar de flores, passarinhos e amor. Ou remedar as clarices e os quintanas da vida.
Curto enfiar (!) de gaiato meus textículos de safo só para abrir uma oportunidade e falar que a poesia não tem limites. Tudo é poesia, nada é poesia. Eu sou, tu és. Basta ser humano e prestar atenção nas condições que regem o ser humano.
Não, você não pode esperar dum poeta que ele te dê aquilo que você espera.
Um poeta digno do nome vai te desconcertar. Vai te indignar. Te trair. Te enojar. Te esfregar na cara a dor. E a doçura de viver.
Um poeta não é um papagaio de plantão sempre pronto a repetir ditos espirituosos ou pérolas de sabedoria.
Um poeta de verdade é um cara que se tortura -- sim, se tortura -- para contrariar as palavras de ordem e os slogans publicitários e pular fora da linha de montagem para o escuro abismo do céu. 
Amém.

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