Melhor não medir forças.
Aceite meu conselho.
Tudo bem, sou fudidaço,
mas sofro de comiseração por terceiros.
Cães abandonados me dão
pena.
Gente à deriva na
internet me dá pena.
Uma porrada de coisa me
dá pena.
Sou foda mesmo assim.
Não, daqui não tenho
como provar.
Fodaço que sou, vai por
mim.
Veja lá no meu perfil como
estou sem máscara. Só um sujeito dos bem fudidos é capaz de se apresentar assim
de cara limpa.
E veja meus textículos.
São foda ou não são?
Me exponho em cada um
deles. Tem fracote por aí que já me chamou de maluco. Inclusive meu
ex-analista. Nem a psicanálise tá preparada pra tanta fodice.
Não estou mentindo não.
Fiz 20 anos de terapia.
Com o dr. G., o mais
fudidão dos analistas.
Numa sessão até dei um
esculacho nele.
Com o cara você larga
mão de faz-de-conta besta.
Não tem enrolação.
Com ele não tem onda.
Comigo não tem bronca.
Ao contrário de muitos
por aí, não escrevo pra enrolar.
Nunca.
Não nasci pra carretel.
Se tenho algo a dizer,
digo na lata.
E olha que estou só no
começo. Ainda não tive o tempo de que preciso. E sou tão foda, que provavelmente
nunca terei.
É tanta safadeza, é
tanto defeito, é tanto pecado, tanto pensamento inconfessável pra contar.
Precisaria dum milênio
de vida.
Precisaria da gana de
escrever uma bíblia.
E, porra, sou
dostoievskiano.
Quer mais?
Responde honestamente.
Não vá pensando que é
simples fricote literário. Detesto misancene.
Te peguei, hein?
Você se amarra numa
simulação, eu sei.
Não sirvo pra fazer
farol. Nunca servi. Nunca fiz.
A internet e os que
escrevem futilidades na internet e os que dedicam a vida a brincar na internet me
dão asco.
O paraíso, se existisse,
seria incalculavelmente menos aborrecido que este rebanho virtual de personas
idealizadas.
Eu sou foda. Mais do que
você.