Para Henrik

Não quero ter razão.

Por isso não tenho.

Quero ter é minhas palavras e minhas frases.

Minhas explicações são minhas.

Por isso são explicações.

Tomo nas mãos minhas próprias leis e assim me conduzo pelo meu planeta.

O assassino que empunha um fuzil para me matar não é meu assassino. 

Meu assassino sou eu mesmo.

Os donos da vida vão envenenando uma gota do próprio sangue a cada xeque-mate que dão, a cada xeque-mate que levam. 

A vida minha não é minha.

Sou animal voraz sem fome.

Não fujo nem me escondo dos meus predadores e eles se encolhem e enfiam o rabo entre as pernas.

este é meu poema pessoal
esta é minha ciência
estas são minhas palavras
se quiser, meu genocídio.





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