Surpresa
Felicidade
Não
imaginava, depois de tantos anos de silêncio
Esperando a morte
O
sol nascia, pronto, hoje acaba tudo
É
que sou meio fantasista
Não
sei olhar as coisas como elas são
Não
quero olhar as coisas como elas são
Desprezo
quem olha as coisas como elas são
As
coisas não são como elas são
Sou meio romântico
Tenho essa queda por deixar o mundo de
verdade de lado para recriar outro a meu gosto
Embora
não goste de nada
Afora
a música
Mas não de todas
Gosto
da música que não me faz perguntas
Quando
escuto uma música que não me faz perguntas me dá vontade de dizer o que penso
E
responder num ímpeto
Imediatamente
me contenho pensando
Não, não posso mais ser
impetuoso
Então
fico uns momentos reelaborando a resposta original em que tinha pensado
Reelaboro,
reelaboro, até que puf! some tudo
Por
isso fico em silêncio
Por
vários dias
Vários
dias a fio
Gosto
de silenciar por vários dias a fio
Sabe
por que silencio?
Porque
quero dizer não sei o quê
Quero
dizer não sei como
Então
me ponho a ponderar
Ponderar,
ponderar, ponderar
Quanto
mais pondero, mais confuso e hesitante fico
É
que sou fantasista
Sou romântico
Presa
fácil da paixão
Apaixonado, morro de medo das perdas
É
que sou meio fatalista
Tudo
que ganho acabo perdendo
E
quando não perco faço uma forcinha
É
que sou meio perdedor
Escrevi
um dia alhures que sou um perdedor de estrelas
Procuro
perder uma por dia
Pelo
menos
E
quando a perco, componho uma música
Uma
música tipo um mantra
Com
o objetivo de amolecer corações duros
umedecer olhares firmes
enternecer a
marcha inclemente do destino
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