O prêmio

Não estou em minha floresta
onde está a caverna onde me
abrigo na noite clara sem
tempestade nem mistério e as
árvores que não nasceram
onde subo buscando refúgio
durante o dia que não nasce.

Meu couro não tem listras
ou nódoas que confundam
o olhar não assustado
da minha caça e o olhar
não ávido do meu predador
se recobre de lâmpadas
chinesas, atraindo sobre
mim o olhar desinteressado
daquele que me deseja, o
olhar compreensivo daquele
a quem anseio
ao invés de confundir-me no
meio da clara noite no seio
da floresta em que não
persigo meu predador
sem a benção de morrer
nem fujo da minha caça
sem a chance de matar

Nenhum comentário:

Postar um comentário