que passava quase,
a hora chegou da troca
da guarda a escorrer.
A troca da guarda dá-se assim:
este mundo se vai (aonde? que sei eu?) e outro que breve habitarei toma dele o lugar a derramar-se. Não dura o revezamento prazo regular - às vezes é coisa dum segundo, outras, um mundo pode jorrar.
Às vezes, é mais fugaz que o fechar das pálpebras na morte.
Outras, é lento feito o abrir dos olhos no nascimento (o vertedouro).
Outras, impercebido qual o crescer duma árvore.
Outras, chocante, inacreditável qual o mais arrebatador dos transbordantes cogumelos de Hiroshima.
Naquela última madrugada,
que já quase passava,
quando a hora chegou da troca
do meu turno, o previsto
(aparentemente conforme
ele mesmo) se pôs enfim a brotar.
Deu-se o revezamento por tempo indefinido. Suficiente para reafirmar a mim meu compromisso a gotejar.
(O pagamento. Devo,
devedor nasci. Pago?
Duvido. Devedor
morrerei.)
Pois
Entre a lâmina espasmódica
E a fundura indevassável
Do oceano
Havia naquela madrugada
Teu rosto a reverberar os reflexos
Do mistério
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