Quero que este lusco-fusco seja bom
para a mulher que amo.
Meu
vizinho se chama Júlio.
Por
que será que só os júlios têm direito a ser batizados com nomes mensais?
Por
que não temos janeiros, fevereiros, marços, abrios, maios, agostos, setembros,
outubros, novembros e dezembros?
A gente que aquele deus de vocês botou
no mundo vive às voltas com problemas de identidade.
Desde
"Anfitrião", de Plauto, passando por Dumas e "O homem da máscara
de ferro", até Dostoiévski, Nabokov, Philip Roth, Saramago.
Estou
de saco cheio de Pessoa e seus heterônimos e a imensa vala cubista em que
resvalamos há um século fazendo de conta que não queremos ser quem somos.
Caras
afeitos a heterônimos, procurem um psiquiatra, porra.
Foram looooongos 2
segundos desde o último verso, lembra?
Lhe
perguntei as horas, você disse sorry,
não tenho relógio, dear.
Lhe
perguntei se não poderia adivinhar olhando a posição do sol, você respondeu, para mim é sempre hora de amar.
Aí
falei putz, como não tinha
pensado nisso antes?
Você
sorriu esse seu fatal sorriso e sussurrou: Simples,
não é?
Então
fiquei pensando, sim, quão simples pode o mundo ser quando alguém nos ensina a
simplicidade e brindei sozinho à chance de poder mais uma vez largar uma das
minhas perguntas sem resposta.
Você
pode tripudiar que é tudo que
me resta.
Sim,
é.
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