Blogando 0072 em pleno domingo de novo

Hoje cedo me lembrei de que na infância não queria ser uma máquina.
Me lembrei de que na infância não queria ser uma máquina de lembrar.
Na infância não queria ser uma máquina criança.
Não queria ser uma máquina, uma máquina de querer.

Não queria ser uma máquina, uma máquina de dormir.
Não queria ser uma máquina, uma máquina de sonhar.
Não queria ser uma máquina, uma máquina de acordar.

Não queria ser uma máquina, uma máquina de abrir os olhos para este mundo sujo.
Não queria ser uma máquina, uma máquina de levantar da cama, uma máquina de lavar a cara, de tomar café, de ir à escola, uma máquina de aprender.

Porco Dio! não queria ser uma máquina de família descendente de carcamanos fugidos da Itália decididos a ser máquinas num país distante de língua estranha e gente estranha.

Hoje cedo me lembrei de que na infância não queria ser uma máquina.
Todo dia cedo me lembro de que na infância não queria ser uma máquina.
Me lembro de que não quero ser uma máquina.
Uma máquina de sofrer.
Uma máquina de viver.
Uma máquina de morrer.
Uma máquina de querer.

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