Enquanto rego o jardim

O major Albernaz me agarra pelos cabelos pela milésima vez e exige:

— Diga! Que é que você faria se fosse o super-homem?

— Já disse, major. Mas vou lhe dizer uma outra vez. Se fosse o super-homem, eu combateria os criminosos. Se fosse o super-homem, eu deteria locomotivas desgovernadas. Se fosse o super-homem, salvaria navios do naufrágio. Impediria acidentes automobilísticos. Devolveria crianças perdidas na praia ou em parques de diversão para suas mães.

— Quer dizer que, se fosse super-homem, não tentaria concretizar nenhum dos seus desejos secretos, por mais inócuo que fosse?

— Não, major! Nunca! Juro pela minha mãe. Juro pelo que o senhor quiser. Nunca! Nenhum!

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