Recebi uma proposta.
Formal. Papel timbrado. Perfume inindentificável. Quase solene.
Entregue por estafeta siderado em perfeito domínio de suas atribuições e aletas pespegadas nos tênis duma dessas marcas da moda.
Abri, não lá muito sôfrego. Ah, há tantos, tantos anos deixei de ser sôfrego. Quisera de todo coração que o proponente ou a proponente soubesse desde o início.
Haverá coisas neste mundo que ainda têm início?
Mas me distraio e tegiverso. Eia! A lição ainda está aqui, fresquinha feito um ovo de gansa do sertão de Minas.
E, pulando o cabeçalho e a introdução de espírito comercial, fui lendo.
Pedem que eu seja o representante dos que escarafuncham.
Sim. Assim. Como se fora verbo intransitivo.
Lá trás, lá encima, ao abrir o envelope, estava, confesso (!), inclinado a deitar a coisa toda ao lixo, no dizer dum contador lusitano baseado defronte ao Tejo.
E neste ponto tive por bem hesitar.
Eis-me aqui agora a reconsiderar.
Enquanto me embebedo de saudade metodicamente.
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