Sinto a luz molhada


Estavam todos de boca aberta hoje na rua e preciso registrar antes que me esqueça.

Me olhavam espantados, provavelmente ansiosos por saber qual era meu segredo.

Se fosse volúvel, sorriria, quem sabe exibisse os dentes.

Era de tarde e minhas recordações jaziam domesticadas no fundo do meu cérebro.

Era assim que podia seguir avante e fingir que o mundo era meu como foi um dia.

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