Enquanto sou enquanto

Tens a garganta entupida de passado
A boca cheia da saliva 
Não cuspida
Os olhos vidrados no que se passou 
na esquina há trinta anos e dois.

A esquina há três minutos
Mais uma vez te
Roubou de mim.

Juro

Amanhã saio pelos cantos do mundo
Executo minha colheita
De conta.

Cuspo fora meus dentes que não morderam
Na hora certa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário