Fifth of the Year


Ou Trapezista paraplégico, con alcune licenze

Quem me vê assim calado
Soturno
Noturno
Pensa, que sujeito insosso
Cara sempre fechada
Que pamonha de moço
Ou não pensa nada
Mal desconfia que
Por fome de solidão
O coração devoro
Devasto impérios
Povos dizimo
Me vendo ao inimigo
Dilacero e enforco e esgano
Aleijões, bebês e velhos
Estupro, empalo e pulo
Em rosas ejaculo
Dos devassos marmanjos
O rei dos maricas
Dos insuspeitos arcanjos
Nojento, imundo, porco
Quem me vê assim civilizado
Prudente, meio letárgico
Não enxerga o homem triste
Que tapa os olhos para não ver o brilho a tomar forma nas copas das árvores golpeadas pelos ventos
E os ouvidos para não escutar o farfalhar das folhas, que, descobri depois de décadas, não tem significado algum
Não respira, não anda, não sente
Não sabe por quê
Nem desconfia

Nenhum comentário:

Postar um comentário