A frivolidade do mundo de repente coagula
num só lugar.
Aonde foram nossos recatos?
Que fizeram dos nossos mistérios?
Que houve com nossos mundinhos proibidos?
Realidade da infinita vitrine.
Quarto dianteiro e traseiro do açougue
mundial.
O melhor poema?
Pra você que se amarra em comparações.
O melhor poema é o ilegível.
Quando você não consegue passar do
segundo verso.
Da terceira sílaba.
Da primeira rima.
Não me diga que viver é amar.
Fórmulas são um modo de vida.
Cerro os punhos.
Baixo a cabeça.
Reteso os ombros.
Lá longe se foi meu esboço de futuro.
A gaveta tão cheia de rabiscos.
Eu, tão seco.
Dont give a shit.
Entrei em parênteses não sei há quantos
anos.
Sou o Patrono dos Anestesiados.
Me pede pra olhar nos teus olhos.
Vamos nos esquecer.
Não há outro modo possível.
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