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A morte de Ferreira Gullar enterra com o manto da humanidade a tragédia do time de futebol e seu velório interminável em que a grande imprensa chafurda impunemente, embora um calhorda na Folha tenha decretado que a mídia saiu "digna" da cobertura do evento.

A morte de Ferreira Gullar finalmente ensombrece o fim tardio d'um dos mais infames homúnculos do século 20, o assassino cubano cujas cinzas odientas vão passeando de cidade em cidade do Caribe nas telas das tevês e dos computadores e dos celulares qual a mais asquerosa das tochas olímpicas humanas.

A morte de Ferreira Gullar salvou meu fim de semana da repugnância absoluta para o enclausurar no fundo da mais sombria tristeza. Eu, que quando nada mais me dava uma gota de conforto, costumava me refugiar neste pensamento: "Inda bem que Gullar inda está vivo, mein Gott".

De novo na Folha, leitores choram a morte do poeta chamando-o de Goulart, Goullart, Gullart e outras grotesqueries mais, citando versos que nunca leram, destilando as bobagens de que só leitores de jornal são capazes. Um lá bota Gullar ao lado de "Drumond", santa mãezinha.

Há semanas venho tentando me conformar: minha repugnância pela boçalidade humana vai me matar antes que o câncer.

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