Lembra aquela noite que quase não houve?

Homens de olhos caleidoscópicos se matam
homens tomados duma solidão sideral não acreditam que não possa haver em nenhuma das trilhões de galáxias do universo algo, alguém que lhes possa sussurrar, mesmo que a mil anos-luz de distância, "vem que vou tentar te compreender"
(não acreditam, por isso imaginam e nascem os rebeldes)
os olhos desses homens então ficam caleidoscópicos de procurar e esses homens nem se importam
achando que existem apenas
como reflexos dum caco infinitesimal dum espelho embaçado
que se estilhaçou em trilhões de inefáveis galáxias quando vieram ao mundo
(no qual não fazem questão de ficar.
se ficam, é a contragosto profundo
profundo qual o universo vazio
que sentem crescer por dentro,
esperando um Big Bang ao avesso.)

7 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Desculpe, Sr. Wilson. Eu havia postado um imenso comentário, mas resolvi deletá-lo. Talvez ele possa ser ainda recuperado em seu e-mail.

    Comecei outro blog, colando alguns escritos do antigo, mas já me arrependi. Enfim, se puder e quiser, comente lá, por favor. E sem pruridos.

    Aguardo sua honrosa visita.

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  3. Estás desculpada, oceânica senhora. Infelizmente meu email não recebe notificações deste blogue e portanto seu comentário imenso foi parar no Hades digital -- talvez para teu alívio. Assim, rogo-te, torna a postá-lo para minha devida apreciação.

    Folgo em saber que começaste outro blogue com alguns escritos do antigo e espero que seja o que estou pensando -- embora o que eu penso não tenha importância nem para mim, nem para a senhora nem para o ex-suicida David Foster Wallace e o que mais desejo é parar de pensar definitivamente para não ter o mesmo fim que o ex-suicida David Foster Wallace.

    Regozijo-me ainda em ser nesta data notificado que a senhora já se arrependeu. A mim também a constância me dá "enjoamento", se me permite uma citação. Pior do que errar é errar e não arrepender-se.

    Sim, posso e quero comentar lá, enfim. E fá-lo-ei tão logo logre vencer e sufocar meus tristemente notórios pruridos -- que, sendo vários e variados, cerelepes e melindrosos, não se deixarão sobrepujar facilmente.

    Buscarei satisfazer teu anelo em breve. E espero estar à altura da tarefa.

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  4. (Bem, não há como recuperar o comentário apagado.)

    Obrigada por sua resposta que me trouxe um sorriso, pois o tom formal com que me respondeu é realmente divertido.

    Você pode comentar à vontade o que lhe der na telha e, especialmente, me explicar como pude fazer uma colagem desse tal "Wesley", se nunca o li e não sei de quem se trata.

    O texto tá lá. É o primeiro. Vamos, nada de cerimônias.

    Manda vê!

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  5. Seu comentário foi comentado, caro Wilson. Não como deveria ser, mas no açodamento da primeira leitura e da imediata resposta, sem tempo pra apreciá-lo satisfatoriamente.

    O que posso dizer a respeito dele é que supera em muito qualquer outro comentário que poderia ser feito ali por qualquer pessoa. Certeza.

    Sinto-me à vontade para elogiá-lo sem resvalar para a bajulação. Realmente aprecio seu talento.
    No entanto, quero mais, muito mais. Ou melhor, "peço" mais. Não quero ser autoritária nem invasiva. Faça como quiser, caso queira.. Enfim, importa-me verdadeiramente sua opinião, embora tema que tenha feito seu comentário daquela forma e não de outra, para esquivar-se de revelar sua verdadeira opinião a respeito das minhas tentivas de não causar vergonha alheia com meus posts.

    Não gostou de Oceana? Posso mudar... Oceana me dá a sensação de profundidade. Talvez eu devesse me chamar "Rasa", não?

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  6. Kafka disse que somos pensamentos niilistas, pensamentos suicidas que surgem na cabeça de Deus. Esta é a descoberta suprema de que deus não existe jamais lograda por um homem. Tudo faz parte da minha imaginação, nada faz parte da minha imaginação. Dias há, como, coincidentemente, hoje, em que eu mesmo sou parte da imaginação de alguém.

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