Amigos amigos, negócios à parte 2

Entra na sala do hospital onde está internado o velho amigo.

Relacionamento complicado. Por um incidente qualquer, ficaram rompidos por décadas, sem se falar. Um dia reataram hesitantes, por outro incidente qualquer.

Foram e vieram se tolerando em altos e baixos, ora contendo a hostilidade mútua, ora dizendo o que pensavam um do outro. Às vezes ocorria um congrassamento, afloravam confidências que inevitavelmente se voltavam depois contra o incauto confidente.

Em suma, uma amizade comum. 


O amigo, nas últimas, está mais amargo que nunca.


Mal olha para sua cara. Em vez de conversarem, trocam resmungos num diálogo árduo, quase doloroso.

Finda a breve visita, sai e fecha a porta engolindo uma indigesta sensação de que viver é inútil.

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