No interior do tubo não passeiam lagartixas

Você aí que lê estas palavras que escrevi para você, não leia estas palavras que escrevi para você como se eu as tivesse escrito para outro.

Estas minhas palavras dependem especificamente dos seus olhos para terem o sentido que planejei para elas.

Você pode esquecê-las -- como de certo o fará --, mas não desprezá-las.

Estas minhas palavras que escrevi para você não são de mais ninguém.

São suas.

Não são suas.

Foram minhas.

A partir de agora, não são minhas.

Entretanto, não se apresse a concluir que são nossas.

Palavras, afinal, não são -- nem devem ser -- de ninguém.

Palavras não se prestam à possessividade qual mesas ou arrependimentos.

Palavras não se prestam a nada. Absolutamente nada.

São apenas transmissoras da minha impotência.

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