Ao pai


Pai.
Vem!
Te perdoo.
Sufocando o automatismo
Dos gestos
Me deixa limpar tuas fezes
Esfregando teu corpo doente
Enxugar teu sêmen
Costurando tuas rugas sem fundo
Te reger
Cantando esta música
Te gerar
Cantando esta música
Te conceber
Filho

2 comentários:

  1. Um escrito de respiração ruidosa, parece-me que quem escreve olha-me com aspersão.
    Um esporro aos olhos de quem lê e de quem ouve.
    Muito bom meu amigo.

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