Quando não me passava pela cabeça aterrissar

Quem terá a coragem de me dar livre passagem?
Quem, ao passar, me verá vagar doente e
lamuriante a dormir?

E quem pensará duas vezes antes de correr a mim?

Quem evitará que eu saia esta noite a navegar
por barcos retornando ao porto derradeiramente?

E quem cavalgará o saltitante cavalo de unidos, contentes cascos
Ao longo do caminho em cujo fim aguarda o povo que planejei para minha pátria?

Devo alertar:

Repudio os símbolos da vida
Sou tão único quanto é novo o amanhã
Sucumbe o artista sob o mito
Acalma-se sob a transcendência o filósofo
Sem decidir-se o mundo pelo próprio nome
Não duvidarei da minha existência

2 comentários:

  1. Mais um descarrego esporádico...
    Essa facilidade em poetizar me encanta.
    Sim, meu caro, és tão único, ímpar, quanto é novo o amanhã, quanto é perturbante e belo o teu escrito.
    O aroma da tua palavra que desnorteia.

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