Silêncio perpétuo


Fria chuva abrindo circunferências nas poças

Chora a morte dos ecos nos vãos dos tijolos das paredes
Águas rumo ao esgoto marulham escorrendo em inusitadas trilhas
São sintomas do mundo
Que soam falsos
Rindo, olha, não abre tua boca, abaixa a cabeça:
Não passas dum hóspede
Te contenta com as bocas podres que beijou
Te dá por satisfeito com a secura dos olhos que te viram
És a casca que, descolando desta árvore
Te dás conta de que, por viveres grudado ao caule
Anos a fio
Pensavas fazer parte da natureza
Agora que o Ciclo te apanhou
Não importa aonde teus passos caminham
Sempre caminham do começo para o fim
Sim, lamentas, mas eles ecoam
Faz diferença?
Toma, escreve tuas palavras nos muros
Cinzela os vultos que fogem na noite
Enquanto aviões zumbem distantes
E os que têm a dádiva do sono dormem arrogantes

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