Integração


Preciso mijar nesta terra
Qual cão obtuso movido pelo senso do dever
Demarcar este território
Deixar pingar de dentro de mim
E escorrer
Espalhando meu cheiro
E neste chão sagrado infiltrando
Até atingir a alma do meu planeta
Já que minhas pegadas se apagam
Minhas lágrimas secam
Meu sangue fantasmas sugam
Meu suor nuvens encharca
Qual meu pai
Fertilizar
Para que meus filhos sejam férteis
Infecundos vermes
Impregnar de mim ossos que aqui descansam
Conspurcando da argila a asséptica pureza
De mel azedo e água nefasta
Que me cabe beber
A me restar para que minha terra
Seja bendita

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