Variações em torno de nada (sorry, princesinhas)


O preço de dizer o que se pensa é altíssimo. Muito poucos estão dispostos a bancá-lo.
Mas não pense que o preço seja mais alto que o do silêncio.
O silêncio é uma das mais complexas formas de expressão. Pode ter uma variedade de significados.
Ao silencioso, lhe parece cômodo e protetor.
Com a diferença de que muitas vezes paga seu preço sem o saber.

É mesmo.
Você aí...
...sabe me dizer por que leio minhas postagens e não dou trelha mas lendo SUA postagem em itálico me parece que não fui eu quem escreveu e então soa tão mais PROFUNDO?
Hein?
Hã?
Como é que é?
Estará aí um dos mistérios da linguística metafísica sociológica?
Ai de nós.
Que é que a gratificante instantaneidade da internet anda fazendo com nossas liquidificáveis cabecinhas?
Me sinto tão, ó, pequenino ante tamanha, assoberbante, avassaladora realidade do nada dominical.
“Por que está tão silencioso, que é que estão escondendo?
Tenho duas pernas e vou indo sorridente”
Não podemos ter uma única ligação afetiva com o mundo, Sylvia.
A fragilidade é nossa força, meu português deus.
Algumas das minhas postagens são tão obscenamente pessoais, não são?
(Meu browser tá grafando “obscenamente” como erro ortográfico. Tenho ou não tenho razão?)
Postadores por aí, tentando não parecer obscenos, são meramente sujos. Soltam umas impressões impessoais automatizadas como se estivessem se livrando de lixo. Tenho a impressão de que limpam as mãos nas calças depois de clicar “publicar”. 
Tem uns blogues por aí que merecem um estudo linguístico. Aqueles feitos para o xaveco. A coqueterie come solta. Os garanhões querem comer, as moçoilas querem dar.
Mas nada demasiadamente explícito, logicamente. 
Mas, obviamente, é Brasil, ninguém nunca diz porra nenhuma explicitamente.
E quando um incauto escancara o jogo, é ostensivamente ignorado. Tudo se resume avamos brincar”.
Dezenas de milhares de crianças fazendo de conta de que são adultos. 
É, com perdão do palavrão, um microcosmos do mundo lá fora. (“Microcosmos” assinalado como errado também. Não tem ninguém letrado pra fazer um algoritmo ortográfico decente?)
A crueldade do jogo sexual é atônica”, como diziam antigamente os letrados. As fêmeas dando mole só para desbaratinar na hora do vamo-vê, os machos de eterna língua de fora abanando seus rabinhos qual vira-latas sem dono.
Meu, dava para escrever uns 15romances” com base nessematerial”. E todo mundo lá expondo ao público suas intimidades como se fosse omaior” barato. Talvez contando que um bom escritor qualquer dia tire proveito.
Eis que o futuro da humanidade finalmente chega ao absoluto imprevisível. Só deus cibernético sabe.


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