Hoje mudei a música
do meu cel.
Neste instante estou ouvindo Mr Postman com
the Beatles. Em 1969 estava me enxugando
entre as portas do guarda-roupa em minha quitinete
ouvindo essa música quando me deu o estalo de que estava
apaixonado por um anjinho que hoje é minha mulher
eterna.
Espera aí, senhor carteiro!
Vê aí se tem uma carta pra mim!
Esperaaaa aííí.
Cara, que fantástico poder tem um moleque de 14 anos decidido a viver o que quer que a vida lhe ofereça.
Vivi então. Até os 17.
Se soubesse então o que sei hoje, teria terminado tudo (tudo? tudo o quê?) ali.
Um pirralho numa quite na praia arrebatado por uns caras evocando um carteiro inglês, ó, que tamanha prova de alienação.
Bom falar nisso.
Desenvolverei no próximo poste.
Oh yeah, I've been waiting (for) such a long time.
Agarrei a porta do guarda-roupa, trouxe-a para perto de mim, abroxei meus lábios e beijei-a como se fosse minha rachel-welch particular que acabara de escovar os dentes com kolinos.
Merda, se fosse um poeta americano eu descarrilaria meu trem, fertilizaria meus campos de milho, pleitearia uma cadeira de literatura numa daquelas grandes universidades.
Ótimo, merda.
Meus brios estão intactos. Ainda.
Serei eu por mais esta noite.
E não será ainda meu fim.
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