Hoje cedo dois pontos. Estou
entrando querendo sair da padaria do Lá travessão. Não se preocupe três pontinhos.
Sô ainda não acordou. O balcão está
a cargo de dona Jussara, que outro dia me pediu para chamá-la só de Ju e fiz
que não registrei. Mais uma a fim deste titubeante, precavido blogueiro, não.
E, jesus, tem o Lá ponto. Que me fura sem toscarejar se eu crescer os olhos pra
cima da sua digníssima consorte.
Não que Ju, i.e., dona Jussara seja
de menoscabar dois pontos. Tem a bundinha mais arredondada do universo, que Sô
herdou sem tirar nem... pôr. E digo bundinha não por ser piquitita e sim pela
mais perfeita concepção e relação projeto X finalidade. Tamanho ideal próprio
para as funções previstas por deus.
Deix'eu pregar os olhos em outra
coisa. Acho que o Lá está me sacando aperreado, já não basta a filha minha?
Vodka, stein, rum, dreher,
balla12...? Dona Jussara sorri esperando, c'uma força irresistível de quinze
mil newtons arrastando meus olhos para o risco entre as mamas nutritivas e
mimosas domadas cheias de si sobre as semicopas do sutiã azulzinho-mar
emolduradas pelo decote petulante, razões de viver do Lá. Pombas, DJ nunca
tinha me magnetizado tanto assim, que foi que houve?
As opções ofertadas assim todas
juntas me desalinha os sentidos, digo, o pensamento por uns instantes. Fico
escolhendo mentalmente.
Todas.
O sorrisinho de dona Jussara se
inaugura num escancaramento, expondo seus dentões desconjuntados de cabra
silvestre mastigadora de coraçõeszitos de franguinhos carentes de carícias.
Sério?
Nunca experimentei, dona Jussara.
Acho que vale a pena tentar.
Num copo de cerveja?
Façamos de conta que é um aperitivo
normal.
Ela bota um copinho de pinga no
balcão e vai preparando a efusão, digo, infusão em dosesinhas imparciais se
colorindo num marrom amarelado pastel.
Dou um golinho, fecho os olhos. A
muralha da comporta arrebenta e um córrego-do-ipiranga deságua mundo abaixo,
arrastando num segundo a habitual leva de mesas de cozinha, a cadeira que era
de vovô, o velho jogo de sofá da Santa Catarina e outras tralhas. Desta vez
carrega até meu querido Chevrolet vermelho que pintei de azul e escondi e nunca
mais achei.
Reabro os olhos. Dona Jussara foi
para as mesas servir pingado com pão na chapa. Meu anjo-demônio está em pé ao
meu lado.
Me dê um nome, exige.
Já disse que não.
Então um sexo.
Hm-hm.
Por que me maltrata assim?
Porque gosto de judiar.
Dou o segundo golinho. O licor buliçoso do rio-amazonas esconde a sujeira do mundo visível.
Só desta vez.
Vou pensar.
Pensou?
Um arrebatamento. No mínimo dez
minutos.
Não pense.
?
Não pensou?
Entorno o copinho dentro dos lábios.
Ele(a) sumiu. A(o) filha da puta.
Me deixando com minha febre dois
pontos.
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