Quando

Me lembro, quando quero paz.

Quando quero paz, me recolho.

Me recolho em mim onde já não há espaço.

Quando quero paz, escuto Rachmaninoff, embora poucos homens tenham sido tão atormentados quanto Rachmaninoff.

Quando quero paz, ó mãe, é quando sei que se há algo em mim que não poderei encontrar é paz.

Lá fora passeiam de mãos dadas palavras estranhíssimas como paradisíaco, ecos, sombras, brilhos, estátuas, universo e imobilidades.

São elas que me vêm dar a mão quando quero paz?

Me peço neste instante desculpas por ser o que fui, ter sido o que sou.

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