O quase gênio brasileiro

Descobri por que paramos em Machado.

Nossos xarás lusitanos têm Camões, nossos xarás lusitanos têm Pessoa.

Estamos perdendo por dois a um. E sabe-se lá quantos séculos precisaremos esperar para nascer um brasileiro à altura.

Tivemos vários candidatos bons no século passado. Euclides foi um fabuloso meio-termo. Mario de Andrade criou a saga da raça mas lhe faltou a gota divina. Guimarães Rosa quase emulou Joyce mas no fim se revelou mais chato que revolucionário.

Vou escutando Joana Francesa, do Chico, enquanto caço estas mal batidas tecladas.

Tem algo de genial num sujeito que faz um verso como O mar me arrebateaux num país de semianalfabetos como o Brasil.

Mas o gênio do Chico instaneamente vira pó quando pensamos que ele foi incapaz de superar o banzo stalinista, se deixando engolir tão caradepaumente pela cafajestice do lulopetismo, insuperável pecado moral.

Há no gênio defeitos não compensados pela genialidade do dono.