Antes de dar um basta

Olha, tudo bem se você tem uma vozinha interna.
Muita gente tem.
Eu tenho. 
E, olha, a minha, me lembro dela a tagarelar dentro da minha cabeça praticamente desde que nasci. Mesmo não tendo boca, fala mais que a própria.

(Debussy puxava o carro do teatro quando acabavam os leitmotivs de Wagner; a mim me parece judicioso.)

Nos últimos tempos minha vozinha interna deu de vaiar.

Assim: uh! uh! uh! uh! uh! uh! uh! uh! uh!

É meio totalmente ensurdecedor.

Tudo bem ter uma vozinha interna, desde que ela não desande a berrar feito doida.