Guaraná com pãozinho francês

Meado da década de 60. Casarão dos pais de Inácio de Loyola Brandão em Araraquara, eu e C e o irmão de I. O casarão era daqueles que não existem mais: muros baixos, apenas para delimitar o perímetro da propriedade, sem as grades presidiárias que destroem a arquitetura de hoje. Quintal vasto em que você podia se perder, varanda na entrada, cadeiras para as visitas. Se bem me lembro,  numa travessa da rua 4, já perto da borda da cidade, que ainda não chamávamos de periferia. Anos depois tentei rever a casa, não a localizei. (Tentei voltar a vários lugares da minha infância. A revisita era sempre decepcionante e amarga.)
Passamos a tarde brincando com afinco entre as árvores. À noitinha a mãe de I nos chamou, nos lembrando que estávamos esfomeados. Recebemos um guaraná (pequeno, pré-idade dos refrigerantes tamanho-família) e um pãozinho francês sem nada dentro cada um. Como é gostoso matar a fome cum guaraná gelado e um pãozinho.

Comemos e nos despedimos e voltamos para a casa de C na rua 4. Se me lembro bem, foi uma das poucas noites em que dormi em paz.

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