É uma pena
Mas você terá
que se matar
Já lhe disse?
Fique sabendo,
há algo letal no
ar que te cerca
(como diria
James Dickey,
neste quarto em
nenhum
de nós
morreria)
há algo de diabólico
nesse anjo
algo de mágico nessa
toada
que se repete
desde quando
você inventou o
tempo
Me formo entre teu
olhar e teu
nariz e
teu sorriso convidativo,
publicitário
[reticências]
Faço de conta
que teu cabelo não se esparrama por tua escápula para semicobrir o colo (tais
fenômenos estão além dos poderes da ciência)
Lembra quando
me perguntou meu nome?
Ainda não sei
E jamais saberei
Olha lá no céu
Aquela nuvem
com cara de
Cientista, ele
sabe o que
Aconteceria
Tudo bem, sou
covarde e vou ficar aqui só imaginando (é o que mais fazem os covardes)
Comecei falando
que você deve se matar?
Também acho.
Arrumar algo útil
que fazer além de me
Deixar louco?
Colabore com os
novos tempos
Ajude a
reciclar este fóssil carbonizado na areia cibernética
Escuta, Masami,
essa alça negra que sustenta esse teu seio esquerdo com base em seu ombro,
haveria como dinamitá-la?
E esses
brinquinhos pingando de teus lóbulos de loba