Para Antonin Artaud e só

Se quer encontrar a palavra pesada que podia lastrear nossas vidinhas aéreas se quiséssemos, você não a encontrará em blogs indigentes tramados para juntar um grupinho de diletantes — ou nem isso — em torno do convescote de insetos rastejando em torno de seus euzinhos esfaimados de substância.

Se ousássemos.

A maioria de nós nasce para ser um covarde que se deixa alegremente escravizar pelo primeiro que erga a voz e imponha seu respeito digno das baratas.

Você é o serzinho do em torno.

Em torno do Facebook, em torno da tevê, em torno da lâmpada incandescente, em torno do sol a dançar a dança da chuva.

Foi preciso que fossem a Paris e me trouxessem Pour en finir avec le jugement de dieu para que eu finalmente encontrasse meu antípoda siamês Antonin Artaud.

Não tenho receio de confessar que sempre receei encarar Artaud de frente. Não tenho, nem proclamo, nem nunca proclamei ter esse tipo de coragem. Sou e sempre haverei de ser filho de meu pai, ó verve que é minha e de mais ninguém e ninguém haverá de ma roubar!

ce qui est grave
est que nous savons
qu'après l'ordre
de ce monde
il y en a un autre.

Quel est-il?
Nous ne le savons pas.