O que me interessa é o solitário.
Silêncio.
Não aquele que é apenas sozinho.
Mas aquele que se interessa apenas por
ele mesmo.
Sou um deles.
Não tenho outros interesses.
Me fascino.
Me encanto.
Me admiro.
Na mais bela fileira de verbos
transitivos indiretos condenados à intransitividade.
E veja que até me dou ao luxo de
explicar.
Não devia fazê-lo. Sei.
Mas é que me fascino e, sob o autofascínio,
quero é que.
Não vou completar.
Você na certa escutou as palavras que
omiti.
E na certa também já sabe que sou um
omissor.
Um omissor nato.
Um omissor profissional.
Omissor solitário.
Cioso dos meus atributos.
Rindo silenciosamente com a única pessoa
neste mundo que me faz rir em silêncio.