Noite
de quinta.
Quinta
à noite.
A
manhã desta quinta parece ter ocorrido há quinze anos.
Fiz
tanta coisa hoje e não fiz nada.
Nada
do que queria fazer.
Nada
do que precisava fazer.
Preciso
fazer tanta coisa.
Não
preciso fazer nada.
Não
quero fazer nada.
Só me resta pensar em minha biografia.
Desenvolver mais um mm minha pessoalidade.
Calibrar meu tom lírico.
Descansar.
Hoje depois do almoço me rebelei contra a
herança da fé deixada por meus pais.
Agora à noitinha me rebelei contra a
herança da fé deixada por meus pais.
Ontem me rebelei contra os inertes que se
recusam a abandonar o morno conforto espírito-intelectual proporcionado pelo
sacramentado.
E antes de ontem.
Há décadas venho tentando dar por vencida
minha batalha contra crenças. Religiosas, psicológicas, culturais, marca de
multi-inseticida.
Esse gostinho amargo de deslealdade para
quem nos ensinou tanto com tanto sacrifício, não há o que dê jeito.
Trair requer peito.
Noite
de sábado, zanzando no labirinto cibernético (que horrível esta palavra, que
medonho este mundo, que infindável solidão revestida de links).
Nenhum comentário:
Postar um comentário