Mil, trezentos e quarenta e três

Eis que a noite vai se desmanchando em luz e as árvores e os nichos dos telhados liberam suas pequenas estátuas emplumadas que se atiram rumo ao céu em forma de aviõezinhos canoros e assanhados pela gana de bater as asas a tricotar a rede de cânticos pontuados de pios e assobios e por entre as nuvens em algum lugar atrás dos prédios fechos iluminados orientam a escuridão pelo caminho rumo a seu retiro temporário e no centro do palco, fora de sincronia com o passo das coisas do mundo, dissociado dos sentidos, sou livre enfim.