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Well, pela reação fortemente adversa dos leitores ao artigo que Reinaldo Azevedo publica todas as sextas na Folha de SP, parece que o poderoso jornalista vai se enroscando na própria teia. Sua tentativa de defender Marcelo Odebrecht e apontar o dedão para o juiz Sérgio Moro saiu pela culatra. Quem diria, o paladino da luta pela libertação nacional do lullopetismo está-se revelando um vendido.
Se fosse como ele, eu não perderia a chance de capitalizar em cima da escorregada e bradaria “bem que avisei!”. Bem que avisei.
Desde meu curso de Jornalismo na USP nos idos dos anos 70/80 do século passado escrevo que todos os jornais e jornalistas, indistintamente, têm um valor. Basta saber onde está a etiqueta do preço. Esse papo de jornalismo isento só existe na cabecinha de esquerdistas ingênuos (aqueles que ainda não se venderam também). O grande Paulo Francis (grande literária, não moralmente) não passava dum lacaio de seus amigos do peito banqueiros e empresários. Certo dia, já revelando sinais de senilidade, se confessou defensor incondicional do ladrão profissional Paulo Maluf, que recebia com honras e rapapés em seu apê em Nova York. Lembro que num artigo de sua série “Diário da Corte” teve o descaramento de afirmar que Maluf era o maior político do Brasil. Pfui.
O lado bom da encrenca em que Azevedo se meteu dando a bandeira de sua opção preferencial pela Odebrecht será o efeito didático sobre seu leitorado. Seus fiéis seguidores – alguns, pelo menos – já estão se mancando que seu ídolo blogueiro não passa dum panfletário.
Há algumas semanas virei persona non grata na seção de comentários do blog de Azevedo, obviamente por ter escrito escrevido algumas opiniões que comecei a ter sobre ele. Tudo bem, o blog é dele e reconheço que cada um de nós donos de blog tem o direito de filtrar a participação de terceiros da forma que lhe aprouve ouve ve ve. Mas quase aposto que Azevedo está começando a se arrepender de publicar artigos na Folha. Ali não pode censurar os comentários hostis. E no dia de hoje está desabando uma tonelada deles sobre a cabeça do guru cabotino.