o que leva a vida toda para explodir
o que leva o dia todo para cair
o que leva a noite toda para passar
o que leva toda a manhã para cantar
vestias o vestido bege de tafetá que não
existia
te sentavas na relva do parque aonde
nunca foste
me prometendo tua escassa, humilde mitologia
dos que desde a madrugada se pensam
livres
sabiá devorador do tempo
de que te proclamas quando te esqueço?
Por que te repetes tão imprevisivelmente
Na anarquia das horas milenares, me
Fazendo palhaço dos palhaços?
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