Parecia bom demais para ser verdade. A
investigação terminara com a expulsão do Escritor de Sucesso da
academiamakakitadeletras ─ aml e na prática com sua carreira literária. Porra,
como as coisas se desdobram organicamente na vida, pensamos na hora. Todas as
inacreditáveis inovações introduzidas pela tecnologia não podiam substituir nem
de longe o velho talento artístico. O Escritor de Sucesso só pensara nos
louros, como se deixar de lado os espinhos fizesse com que estes se
desintegrassem por milagre. Muitos tinham saudado sua obra como pioneira,
abrimento de novos caminhos para a literatura, o cacete. De repente deu de
assumir porte imperial, escarnecendo de todos com um olhar arrogante como só
fazem os medíocres que não merecem o que têm. O episódio levara a perguntas
inquietantes. Primeira: como o Escritor de Sucesso conseguira enganar todos os
críticos que chafurdam no enmerdeado paul da imprensa, esses vagabundos que
vivem de dar palpites na seara alheia? (Annotatea Esses parasitas cretinos
merecem um capítulo à parte Annotateb) Para mim, o mais importante era isso,
todo o resto podia ser relegado. Para que serviam esses escrotos afinal se nem
isso sabiam fazer? Bando de incompetentes. Que a fraude do Escritor de Sucesso
tivesse sido ignorada por seus pares ─ corja de néscios a serviço do
corporativismo que se proclamam escritores, Porra de hipócritas, pretendentes a
arautos da alma humana e céleres em lamber no chão quaisquer migalhas
estetizantes que se possam desprender da embolorada ambrosia do poder ─, era compreensível, pois não se podia esperar outra coisa de militares reformados
que assinam com pseudônimos femininos (Annotatea Freuddaimeforças Annotateb),
ex-políticos rabiscadores de clichês que se recusam a deitar na cova,
escrevinhadores de quinta categoria que "escrevem" não por
necessidade estética, artística ou por que Porra de necessidade seja, desde que
com o mínimo de legitimidade, mas sim para despertar olhares de inveja dos
vizinhos quando chegam em casa como se exibissem um carro novo acabaram de tirar
na concessionária, gente dessa confraria de paspalhos não apontaria o dedo na
cara dum de seus membros para dizer, fora ó vil embusteiro que emporcalhaste o
sacro nome da academiamakakitadeletras ─ aml, se tivesse ficado por conta
deles, o caso teria sido acobertado, pilantras.
Quando a banca de investigadores ─ formada
por críticos "proeminentes" e acadêmicos, laia de carrapatos grudados
no couro dos mortiços equinos que somos todos nós nos xupamxalupando o sangue
de sicofantas autóctones ─ começaram a questionar o Escritor de Sucesso, a
princípio consideraram as explicações convincentes. Nenhum trecho da obra podia
ser diretamente relacionado aos livros que ele suspostamente usara como base,
concluíram. De fato, era muito difícil estabelecer uma relação. O método de
diversificação e randomização pluralizante textual que ele usara produzira
resultados mais que satisfatórios. E duvidamos que conseguissem pegá-lo, não
fosse a queda de energia que terminara por traí-lo. Até agora pensamos, como um
sujeito tão argutamente atento fora se deixar pegar por bobagem tão prosaica?
Frêud talvez explique isso também, sabe-se lá, o cara não conseguiu passar
batido, era muita mamata, talvez não tenha logrado suprimir o sentimento de
culpa, no fim ele se confessou crente, o que surpreendeu a todos os envolvidos,
pela obra dele você o definiria como o mais ardoroso dos agnósticos, Caralho.
Além, é claro, da irresistível propensão à bravata. Se ele não tivesse
desafiado seus inquiridores dizendo que estes poderiam inspecionar seu computador
à vontade, também dificilmente a coisa teria chegado aonde chegou.
Como tantos algoritmos variados poderiam
produzir exatamente aquele resultado? todos se perguntavam. Giraldi construira
algo que poderia colocar a experiência literária ─ e por que não dizer a
humana? Porque... $bem,deixapralá$ ─ em cheque. Para mim, os escritores estavam
num cudessaco. O produto de "artistas" considerados medianos pela
"crítica" não passava de garatujice primária ante as randomizações de
Giraldi ─ certos trechos inacreditavelmente belos, alguns estudiosos deuropa
compararo ao goethe. Encostado na parede e desafiado a criar uma peça, pequena
que fosse, a título de teste, ali na hora, diante de todos, o Escritor de
Sucesso tivera, ou simulara, um ataque de nervos, vociferando-se estarrecido
ante ao que chamara de comportamento inquisitorial. Quando finalmente se vira
sem mais explicações plausíveis, admitiu
parte das acusações, mas se defendeu que na prática produzira coisas belas e
era isso que interessava, afinal ninguém questionara o goethe sobre como ele
conseguira perpetrar a segunda parte do fausto como se tivessse vivido na
grécia antiga e escrito com a mentalidade dum Homero, evocando as profundezas
da alma humana como que coagido por fé ilimitada na consistência primal dos
mitos helênicos. Nisso o Escritor de Sucesso tinha simpatizantes e até
defensores argumentando que era beleza demais para ser desprezada em nome da
originalidade, que legitimidade era princípio ultrapassado e que as fronteiras
do conceito de autoria estavam se diluindo e que essa Porra de internet era
complicada, recursos computacionais, hoje todo mundo escreve, se não escreve
redige, apanhar um texto na rede e dizer que é seu é fácil feito colher a maçã
do paraíso, quem vai saber?
Mas era fácil demais. Ninguém poderia
jogar toda a saga literária do gênero humano na lata de lixo assim sem mais nem
menos, a mente acha e houve um terceiro fator que concorreu para sua
condenação, todos os passos que ele dera, incluindo um violar as redes das grandes
editoras para roubar textos literários e dois armazenar essas obras em seus
discos rígidos, flexíveis e cds, com detalhes de diretórios e tudo o mais e
treis digitalizar outras obras que também foram identificadas posteriormente,
igualmente com nomes de arquivos, caminhos, etc e quatro todos os acessos a
esses arquivos feitos por ele, com registro de cada frase parseada pelo
randomizador que ele desenvolvera e cinco todas as operações de cópia e colagem
interarquivos que ele executura, com data, hora, conteúdo, o escambau, tudo
isso fora parar em arquivos eletrônicos da cademia. Talvez esse tenha sido seu
maior erro. Ingenuamente ─ como ele mesmo viria a admitir ─, permitira que o
sistema operacional da cademia registrasse virtualmente todos os comandos que
ele executara durante sua "criação". Depois que ele me descrevera o
processo, a primeira coisa que fez-se ao chegar em nosso escritório foi
formatar nossos discos e subsequentemente aplicar uma ferramenta de
sobreescrição de arquivos que o próprio Giraldi desenvolvera, ferramenta que
funciona assim: apagamos um arquivo dum disco mas o desgraçado não é
imediatamente removido. Um deles, o sistema operacional d'academia passa a
identificar as posições anteriomente ocupadas pelo arquivo como livres e até aí
ele nada demais mas o sistema nunca "esquece" essa identificação e ao
invés vai guardando todas as informações que julgamos ter eliminado num banco
de dados que para nós permanece sempre invisível. Quando conectamos a internet
essas informações são sub-repticiamente transmitidas para um endereço do
governo acadêmico, que, pode-se concluir, hoje sabe mais a nosso respeito do
que ousamos imaginar e você nunca sabe o quanto está fudido nesta vida e tem
outra ironia ─ o sabichão que descobriu isso foi o próprio Giraldi, que logo se
pôs a trabalhar num aplicativo de proteção contra esse tipo de bisbilhotice,
ferramenta essa que gera um arquivo temporário de igual tamanho e conteúdo
apenas semelhante ao do arquivo apagado pelo usuário, arquivo temporário esse criado
imediatamente antes de o sistema disparar o mecanismo de captura e simulando
ipsis literis as condições esperadas pelo sistema que, ludibriado, armazena em
seu banco de dados secreto apenas um clone inócuo e o aplicativo de Giraldi se
certifica de que o sistema foi de fato enganado e o arquivo temporário é
igualmente deletado do disco e deixa no lugar espaço efetivamente ocupado por
novos dados, esses sim aleatórios sem efeitos danosos. Corre entre cientistas e
engenheiros da computação que utilizar esse espaço deletado do disco é
impossível, que contém apenas lixo deixado aleatoriamente pelos aplicativos que
usamos cotidianamente, mas Giraldi demonstra que o roubo de informações
confidenciais de usários pela cademia e pelo governo acadêmico era fato, me
fazendo cagar de rir me contando que o local que os biguemaquianos escolheram
para armazenar as informações pessoais de toda a raça era uma base naval na
Coisa Morna, pacholas nunca cansam de brincar de holliwood, he he he, e por
isso fazem tanta Merda e vão acabar no Grande Penico como todos os impérios e
assim a vida, o dia, a noite, o tempo, o furacão esperam, desde que não nos
atirem no Penico antes.
De qualquer maneira mais tarde Giraldi me
explica que esse lance de vigarice cibernética nem chegou a ocorrer com ele,
pois algumas semanas antes seu computador desenvolvera um defeito de memória
que ele mesmo havia programado e para o qual o sistema da
academiamakakitadeletras ─ aml estava preparado, um defeito restaurador. Outro
empecilho para a ladroagem da academiamakakitadeletras ─ aml foi que não tinham
feito o sistema à prova de macaquices e a mesma queda de energia que
posteriormente serviria para ajudar a comprometer a reputação do Escritor de
Sucesso também contribuira para causar o defeito que impedira o roubo via
internet.
A banca de investigação tentara
encomendar a outros programadores um randomizador similar mas não tivera êxito
e dos diversos projetos que lhes apresentaram nenhum conseguiu produzir textos
de qualidade literária e apenas palavras e parágrafos a esmo impossíveis de ser
dotados de estruturação orgânica mesmo após passar por um processo manual de
edição. Os homens das letras estavam num beco sem saída, pois se não dessem
prontamente um cobro à coisa qualquer semiliterado poderia vir a criar grandes
"obras" e quando não tinham mais a quem recorrer me chamaram.
O meusanchopancha está ao nosso lado,
nunca assumo uma missão daquelas sem ele. Saímos de horrendussampa às oito de
la matina, às nove o Miata já estava na Dutra, às quatro da tarde chegamos ao
rio.
Mal as pernas entram na avenida brasil
somos repentinamente fechado por um carro branco que entra na frente do Miata
como se este não existisse. Em menos dum segundo temos de frear, girar o
volante para a esquerda, acelerar para que o veículo detrás não nos acerte,
frear de novo, de novo, mais uma vez, girar o voltante para a direita para não
abalroar o veículo à esquerda, acelerar novamente para abrir passagem ao
veículo detrás que não esperava que eu fosse frear de repente. Enquanto executo
desvairadamente essas manobras as mãos fecham os olhos e me vem à mente o
primeiro telegrama que recebi de papai. Naquela época tínhamos muitas
propriedades, papai viajara ao exterior e me transmitia algumas instruções que
eu deveria repassar ao nosso contador. O telegrama fez um zoomin, saindo do
estado em miniatura em que existia esquecido no cérebro para ocupar plenamente
todos os nossos sentidos. Essas coisinhas minúsculas e insuspeitas que ficam
guardadas dentro de nós. Data: 11/9. Origem: Alemanha. Maravilhado novas
tecnologias todos transistores laser todas comunicações via telefone revolução
beijo. Eram aproximadamente 16:45, ligamos, uma pessoa que atende o telefone na
casa do contador diz que ele está viajando e não há como contatá-lo, deixamos
recado, obrigado. Aumento novamente o volume do cedê que toca uma mazurca do
porta-voz de deus torturado pelo diabo. Nas nossas contas devíamos declarar 450
mil de impostos retidos, ao passo que o contador defendia que a o montante
correto seria 434 mil. As faixas de tráfego da avenida brasil são fitas de
asfalto por onde correm impulsos carregados de sinais eletrônicos positivos e
negativos cujo destino é a autoabolição. Baseiam-se no princípio da
versatilidade mas esta não será suficiente para poupá-los. Apenas meia dúzia de
pessoas chegará ao ano 2100. É justo, Giraldi diz. É? Dizemos. E legítimo.
Precisamos ser mais flexível. Passamos horas falando desse assunto.
As manobras evitam um desastre.
─ Anote a placa.
O nossossanchopança pressiona uma tecla
no painel.
Os motoristas cariocas certamente são os
piores na face deste planeta, você não entende como ainda não se autodizimaram
ao longo desses anos todos de existência do automóvel.
─ Devem ter desenvolvido um novo sentido
de sobrevivência no trânsito que ainda não está ao nosso alcance ─ o
nossossanchopança diz.
Quando você ultrapassa os limites do
estado de são paulo rumo ao oeste nota uma diferença palpável nas coisas. O céu
parece mudar de cor, o ar fica mais leve, os lucianílsones, mais intensos,
órfãos bestificados cientes de que a eles pertence o paraíso. As cenas começam
a passar em câmara lenta. Você não sabe o que é mas percebe a mudança. Nos a
mente acha em outro país, habitado por seres manobrados por desígnios que não
compreendo, Uóxito. O sentido de premência com que aprendemos a fazer as coisas
aqui não existe. O valeranílson carioca se considera o beneficiário natural dos
milagres da vida. Não se presta a responsabilidades, apenas frui. Se tudo se
deteriorou com o tempo e com a esculhambação que sempre se abateu por sobre
estas plagas, não interessa. A destruição é onipresente, nada ficara do pouco
de bom deixado pelo império. Não tem importância, sempre há que curtir sendo
uma das etnias mais adaptáveis da terra e não há meio ambiente que a
desestimule ou afugente. O dia em que tudo absolutamente tudo tiver de se
convertido num mar de esgoto e sangue lá estará o janaílson carioca
refestelando-se em rósea cloaca.
─ Será que estão participando de algum
esporte que não conhecemos? ─ o nossossanchopança diz.
─ Ou curtindo um barato de natureza
insondável para nós.
─ Ou recebendo uma grana preta para
servir de cobaias para algum experimento biológico dos biguemaqueanos.
─ Porra. Ou a experiência estética dos
antigos habitantes foi tão profunda, que o estado catártico vai perdurar cem
mil gerações.
─ Essa, melhor. O efeito machadiano. Ou
então receberam um bombardeio de alguma arma cibernética recém-inventada.
─ Dizem que na Coisa Morna a situação é
ainda pior.
─ É. Nenhum povo sai incólume de quatrocentos
dias de carnaval por ano.
De repente um ataque de labirintite. O
nossossanchopança, sempre atento aos nossos chiliques, segura o volante e
controla o Miata. Não podemos resistir e as mãos fecham os olhos, é muito mais
forte que eu. No escuro os olhos veem duas caras nos os olhos olhando. Parecem
os dois xitanílson xitanílson e xororonílson xororonílson. Nunca mais havia
pensado neles, a ideia não sabe por que foram me aparecer logo agora. Temos de
resolver esse problema duma vez por todas, um parece dizer. Você não pode
continuar se misturando à maioria.
─ Dê um jeito de parar logo o Miata. ─ suplico
ao nossossanchopança.
─ A mente acha que tem alguém querendo te
colocar a prova ─ ele diz. ─ Acelere. Freie. Agora acelere.
Lá fora só buzinadas e guinchos de
pneumáticos automobilísticos de carros de gente tentando não trombar com o
Miata. O nossossanchopança já se habituou a nos salvar nessas situações mas
agora aparentemente vê-se em dificuldade para encostar em meio aos demônios
cariocas. Escuto um baque do lado direito do Miata, seguido dum som metálico.
─ Porra, pegamos uma bicicleta. ─ o
nossossanchopança diz. ─ Pronto. Estamos ao lado da calçada. Pode parar.
Quando reabro os olhos os olhos veem um
homem esbravejando em pé ao lado do Miata. É o ciclista atropelado.
Aparentemente não se machucou. Depois de breve negociação morremos com uma
grana e ele se afasta pedalando.
As mãos dão a partida e acelero.
─ Você devia ser despedido por isso. ─ ralho
com o nossossanchopança.
Ele dá de ombros.
Sentindo-me em locomoção novamente as
mãos dão conta de que a terra é quadrada e não gira. O que dizem em contrário é
lorota. Morrer é chegar a uma das bordas e cair. Os outros não sabem disso
porque só veem o outro lado. Sentimos o olhar orvalhado que a sylvia fixa em
mim quando diz que nos ama ─ olhos que não veem, só contemplam.
─ Não vai ser fácil ─ dizemos. Estamos
sentados em torno duma mesa de reuniões no escritório dum doutor Estevão.
─ O que o senhor pode fazer? ─ ele diz.
─ Teoricamente é possível. Mas
extremamente difícil. O que podemos dizer com segurança é que sabe-se que foi
usado um método fraudulento. Mas só sabe-se disso porque Giraldi me contou,
senão seria quase um milagre descobrir. O problema é que não há um padrão.
─ Mas precisamos ter um modo ─ o doutor
Estevão diz quase em tom de súplica. ─ Nossa credibilidade está em jogo. Pode
parecer chavão mas não nos restou muito mais coisa. Se nos tirarem isso teremos
de encerrar nossa carreira.
─ Estamos ciente da gravidade do
problema. Mas, como sabem, Giraldi fez um trabalho genial. Não é força de
expressão, não. Trata-se de obra de gênio, dessas tipo duas ou três num século.
Ele não deixou escapar nada: enganos aparentemente inadvertidos, impressões
fora do alcance de virtualmente todas as ciências, efeitos expressivos que,
vocês sabem, só foram detectados no shakespeare e no goethe, embora alguns
tenham especulado sobre inúmeras similaridades com os gregos, mas pretender ir
tão longe seria o mesmo que dar a tarefa por irrealizável. Citaria ainda o
equilíbrio entre experimentação e tradição, nesse sentido também é obra ímpar.
Em resumo, pensamos que tivesse passado por um transplante de alma assim que
acabamos de ler. O corpo fica semanas em estado de graça, como se estivesse
convivendo com rílquecos anjos no castelo de duílio. Extasiante.
─ Mas por que ninguém consegue reproduzir
algo de tal nível mesmo usando a ferramenta de Giraldi? ─ perguntou outro dos
investigadores.
─ Francamente, não fazemos ideia. Como já
havia lhes explicado, iniciei nossos estudos a partir duma abordagem
optocomputacional que pressupunha o emprego de cálculos inconstantes. Persisti
nessa direção vários meses até determinar que estava no caminho errado e nos
dar por vencido. Depois tentamos várias opções, confabulei vários dias com os
matemáticos imlah, gelseln e kaaheto, mas quanto mais avançávamos, mais longe
ficávamos duma solução. Hoje, nosso nego, estamos tentado a admitir que somos
incapaz de resolver essa parada.
─ Ooooh ─ alguns dos investigadores dizem
gemendo, alguns dizem levando a mão à boca.
─ O senhor vai desistir? ─ o doutor
Estevão contorce a parte inferior do rosto numa das mais enternecedoras
manifestações de decepção que jamais presenciei.
─ Estamos pensando. Para mim essa
confusão toda não tem muita importância. É apenas o homem evoluindo, vocês
sabem. Ninguém disse que devemos caminhar na direção que consideramos mais
conveniente para nossas vidinhas medíocres. Bola de cristal não existe, vocês
sabem. O homem vem evoluindo aonde precisa, não aonde quer. Talvez não seja
mais assim, a ideia não sabe.
À medida que dizemos o senho dos
investigadores sobrecarrega-se de frustração. Cada vez mais.
continua em...
continua em...
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