Almôndegas com pouco sal 11

Eu a vi novamente no meu sonho esta noite. Estava linda com seus cabelos castanhos lisos sobre os ombros, sinfônica harmoniosa a lhe proteger a cabeça numa auréola sonora.
Eu a vi de longe, do meu planeta, perdido pelas ruas, como sempre.
Ela sorriu e estendeu a mão como se dissesse “Vem! Vem, que te salvo!”
Tentei. Desamparado, olhei para os lados.
Ir como, meu anjo? Como?
Ela brandia o braço com mais vigor, “Vem! Vem!”
Meu amor, minha querida ninfa, os insetos não deixam, chorei.
“Vem!” ela repetia. E na mais doce e melíflua voz que jamais ouvi, completou: “Estou disposta a te ajudar. Mas primeiro você tem de...”
Tenho de fazer o que, minha linda? Me diga o que tenho de fazer? Então ela se calou, olhando em volta, receosa.

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