En
retenant
Nos meus tempos de moleque discutia-se
quem era mais “realista”: o Orwell de 1984 ou o Huxley de Admirável
mundo novo. Na época — não sei se por juventude e ingenuidade ou porque ainda
não tínhamos posto de ponta-cabeça nossas vidas de ponta-cabeça —, a dúvida
tinha a ver, não era a perda de tempo que parece ser hoje. Mas tendemos a achar
nossos antepassados e nós mesmos no passado demasiado ingênuos para os tempos atuais. Pensamos que não
sabíamos ver então o que vemos hoje. Não vimos o suficiente — como se enxergar “com os olhos” fosse o único método garantido de identificar a realidade neste nosso mundo de imagens.
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