Nuvens mudas

Eu te procuro
lá fora
no frio
mãos nos bolsos
ombros encolhidos
olhar fixo à frente
seguindo teu caminho
indiferente aos buracos
os montinhos de cocô dos cachorros na calçada
a história que te espreita de cada interstício, eco e
lampejo da cidade
as inundações e desmoronamentos e colapsos e
trombadas dentro da tua cabeça

Eu te procuro
parado aí onde estás
olhos fechados
punhos crispados
pensando o que pensas
temendo o que temes
lamentando o que lamentas
aí parado onde estás
esperando que te encontre
quando deixar de te procurar

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