Vidas de mentira

Tá, sei que o título desta postagem lembra aqueles dramalhões B estrelados por Leslie Nielsen décadas antes de o cara virar superstar de comédias C.

Mas não tenho vontade nenhuma de falar de cinema, para mim absolutamente dispensável, salvante Bergman.

Outro dia vi algures um verso de Mário Quintana assim:

Não coma a vida com garfo e faca. Lambuze-se.

Claro, li algum Quintana há décadas e, claro de novo, a poesia de Quintana recende a puerilidade à primeira leitura.

Quintana é o sujeito "dotado" do poder da palavra que os de mente simples adoram admirar e amar. Sua poesia se inclui num braço armado da poética disposto à luz do dia ao pronto acesso dos anêmicos líricos necessitados de proteína metafísica.

Claro pela terceira vez, anemia, comer, garfo e faca, tudo a ver.

Mas lambuzar-se?

O consumidor de Quintana não tem peito para lambuzar-se de vida. Quando muito, contenta-se em chupar o dedo.

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