As figuras à minha volta no baile de máscaras rodopiam vertiginosas, sem me dar tempo de enxergá-las.
Que rodopiem. Me deixem zonzo como sempre estou e estive.
Para que vê-las quando sei que todas vestem a mesma máscara?
E você aí que me lê, não pense que isto é um poema.
Não sou poeta, já disse.
Não gosto de poemas.
Seres embevecidos de voz tépida, terna e doce me dão engulhos.
Também uso máscaras, admito. (Antes que você erga o indicador rígido em minha direção.)
Também uso máscaras?
Que me interessam minhas máscaras e se as uso?
Insisto: hesito entre a sensatez da mentira e a insensatez da verdade.
Hesito fervorosamente.
Hei de hesitar até o fim.
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