Então sóbrio saía rumo a tua casa,
fecundando fantasmas na noite inda rasa
Entre luscos malucos, fuscos familiares
nas ruas sem casas, somente de bares
nas ruas sem casas, somente de bares
pinguços nas mesas das minhas bodegas
voando no escuro onde o sonho navega
me acordando na mesa doce algaravia
de vozes melífluas, a minha alquimia
braço pousado no balcão eu sorria
Haurindo com pressa de folia e luz.
E uma delas em nobre dialeto me dizia:
vem! É hora do ameno apogeu
Bebe este vinho, já anoiteceu
sorve a quem te ama e espera
um trago ao amor e à primavera.
Encho, não nego, até a borda da taça
com a senha do céu, a santa cachaça
com a senha do céu, a santa cachaça
que põe em meu mundo um tico de graça.
E pião embalado em mil corrupios
curvas, cristais, caracóis e assobios
colhendo o néctar de gole em gole
Ao lado um ébrio trombeta e mole
brindando em tom grave nossa liturgia
enquanto em silêncio eu te antevia
pedindo “Não dorme! Me espera!"
Que preciso beijar essa tua boca!
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