O arrepio das praças


A dor de nascer
não está ao alcance
dos que precisam de razões

Quem quiser comercializar
Jogue no balcão que
A dor de descobrir
que sua existência
é o troco do amor
que jamais será retribuído
por teu canto ou teu verso
nem, ó Lohengrin, um cálice
do teu sangue

Ó Deus dos Solitários
enojado dos que te buscam!

Escuto teu sussurro de escárnio
Te ofereço em troca as estrelinhas
Dos meus olhinhos
Brilhantes que enxergam
Dentro de mim e de ti
Dentro de ti e de mim
Ó

Acaricia meus cabelos
Libera teu urro que divisa
A passagem da besta
Rumo a estes dois corpos
Que se abraçam

Estou livre!
Por um minuto
Estou livre!

Hei de bater neste momento
Ferreiro obstinado do tempo
Detentor do engenho que
Construímos juntos
Durante o nosso amor
Cultivado ao extermínio




2 comentários:

  1. Aos diletantes herdeiros dos prostíbulos dos sentimentos e das emoções e da minha infinda imaginação que vocês não haverão de matar, digo:

    O MEU TÁ GUARDADINHO

    E sempre que vocês e o mundinho de vocês exigirem continência de mim
    Estarei lá, suprido do que coube a este mundo me suprir

    Não, a senha da vida não é um palavrão
    Você tem de andar de mãos dadas com a morte
    (Me esqueçam, eternos candidatos ao mais moderno dos segundos.)
    E bravatas simplesmente não dão conta do teu recado

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  2. Cd vc??? Pessoa querida....mas venho sempre te ler rsrs....adoro esta tua irreverencia...

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