Brinde (?) àquele momento daquele dia em que quis mudar o mundo

Papai tinha de estar por perto e não tem arrego.
Mamãe, dispensável num mundo léguas-luz longe da revista Time.
Era um jogo de buraco comigo mesmo em que me fascinava pegar o morto.
Então descia à praia, caminhava não horas, não quilômetros, e sim a medida que a mim me cabia caminhar.
E então, santa mãe, encontrava meu lugar nas coisas.
Noite de sábado, minha cara no espelho me dizia que não me restavam palavras e zombávamos um do outro indiferentes ao que o mundo esperava de nós. Milimétrica ruga entre as sobrancelhas e lá vou eu, não res... não sob... não... Ó eu, não acredito que estás em meus braços na Monte Alegre, que música é essa mesmo?
Peço licença para contemplar a rua asfaltada. Um dia escreverei um livro chamado A vida secreta dos motoristas de táxi.
Não era tão simples?
Não é tão complicado?
Este é meu auto-duelo em que me alvejo vítima de mim.
Possantes, musculosos braços, esbravejem meu momento e caiam lassos.
Do estorpor, da nostalgia, da vaguidão parturiente do próximo segundo.

Um comentário:

  1. Havia um ponto de luz brilhando em meio à paisagem preto e branco. Desertei-me. Desertaram-se...

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