Blogando 0011

Não sabia o que escrever e saí pra rua pra ver se me inspirava. E mil inspirações então vi. Uma especialmente interessante. Mas esqueci.

E eis-me cá de volta ao meu canto, desinspirado pirado ado do. 

Tudo a que me atrevo é escutar In my life com os Beatles.

Não vou nem tentar falar de In my life com os Beatles. Exceto que foi a música que marcou a passagem da minha infância para a minha adolescência e povoava meu cérebro e minha mente 58 horas por dia e noite e me indicava que não, eu não estava condenado àquele vidinha miserável sob o pragmatismo de fim de feira de mamãe e papai e que, sim...

Puta merda, sim, marcou, a minha passagem e as de bilhões de outros adolescentes neste planeta de merda.

Peraí, bilhões de outros adolescentes neste planeta de merda.

Os Beatles e suas revelações e suas esclarecidas e suas emancipações, tudo isso é meu.

Lá no meu cantinho reconstruindo a infinitude dum mundo que, achava, que, achei, me cabia, me restava, me coube, me restou, tudo se encaixava tão bonitinho com nada, nada se desencaixava tão bonitinho de tudo, havia sim uma lógica no meu cantinho destituído do amor pelo qual clamei a partir do meu primeiro berro na maternidade.

Fôdasse.

O ônus da prova cabe à promotoria.

Nasci e estou preso e condenado.

Brado e esbravejo, como há de todo homem bravo.

Nasci covarde incrementando à bravura.

É ela bravura minha?

Gargalhada.

Você acertará se disser que sempre volto ao meu jogo da amarelinha.

Senhor juiz, as testemunhas estão corretas: sempre volto ao meu jogo da amarelinha.

Sou culpado.

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