Não sou eu quem vem
postando neste blog nos últimos tempos e quero me desculpar.
(Não, não é o caso legítimo
de se desculpar, mas nunca é demais pedir desculpas quando você confessa não
ser quem realmente é.)
((Não, não estou
confessando ser quem realmente não sou. Ou não ser quem realmente sou. Tampouco
ter omitido que não sou quem sou. Ou que sou quem não sou.))
(((Na verdade
(uggggghhhh!), não estou confessando porra nenhuma. Detesto confissões. Odeio
confidentes. Sobretudo os confidentes espontâneos, a quem ninguém está pedindo
que confesse o que quer que seja. Ah deus maldito, por que me fizeste nascer
nesta era dos homens-bananas e seus fantásticos sentimentozinhos de percevejos?
Okay, okay, não sobreviveria dois minutos como carregador de escudo dum sir
qualquer nas Cruzadas, confesso. Não, não estou tentando fazer graça, jesus!
Como me exaspera esta época que nos exige ser simpáticos a cada palavra a cada
segundo a cada ciclo a cada bocejo. God! God! God!)))
Sim, Pessoa já disse tudo
sobre não-ser depois de Shakespeare ter dito tudo sobre não-ser 400 anos antes.
Porra! Qualquer poeta digno
do nome já disse tudo e mais um pouco sobre não-ser, qualquer poeta digno do
nome já disse tudo e mais um pouco sobre tudo que é caro a cada um de
nós, qualquer poeta digno do nome já firmou a jurisprudência das nossas
infinitas fraquezas, ohhhh!!!! quão fracas, quão infinitas, quão pusilânime é
cada um de nós em sua pusilanimidade de inseto, jesus!
Mas nem Pessoa, Shakespeare
nem qualquer outro dos meus santos poetas poderá me substituir agora em meu
papel de admitir — é isso mesmo, caralho! admito, admito, admito (e admito
(e admito (e admito))) — que, ó senhor, não, não sou, não, não sou eu quem
vem postando neste blog nos últimos tempos!
E já não sei se quero me
desculpar.
Já não sei nada.
E quero me desculpar.
Não sei nada.
E não vou me desculpar.
Hahahha!!! Hilário ( no mínimo ). Até que enfim encontro alguém com a língua solta como eu! Não, não...Eu não como eu...rss
ResponderExcluirAdorei!
Ah, língua solta é fácil. Língua solta, ai que delícia, quando foi mesmo que escutei essa no ar à minha volta? Foi quando tinha a língua presa.
ResponderExcluirPra soltar a língua temos de soltar a buceta. E o pinto. E o rabo. Antes disso, não soltaremos nada, absolutamente, que valha a pena soltar.