Nos abraçamos,
ele entra no carro, o carro começa a se afastar.
É um dia
quente. O céu está azulado. Geringonças mecânicas e gentes mecânicas sobem e
descem a rua.
A seiva que nos
une vai se esticando à medida que a aumenta distânca entre nós.
Fico olhando o
esticamento, até que me dou conta de mim e do mundo e tomo meu rumo.
Tento esquecer
mas é impossível. A seiva esticando é minha consciência.
O carro em que
ele está vai dobrando esquinas, vencendo avenidas, fazendo contornos e
retornos. De minha parte, vou seguindo meu caminho na direção oposta, olhos no
chão, dentes cerrados, ouvidos adormecidos.
E a seiva vai
se esticando a envolver muros e postes e troncos de árvores e casas e postos de
gasolina e posso ficar assim anos e é assim que estou há anos olhando e
escutando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário