Ressuscitado da morte d’uma
hora e três minutos sob Peer Gynt.
A entrega aérea e
flutuante à morte sob Peer Gynt te abre aquelas portinholas recônditas aí no
fundo úmido que teimam em escorregar alhures quando você tenta
botar os dedinhos da mãozinha no trinco da tranca.
Peer Gynt, dose pr’um
rinoceronte que ataca os invasores de seu território pela última vez na
tentativa desesperada de ver o nascimento da última manhã.
Ah frágil
rino, símbolo indesejado deste mundo que não posso mais preservar
Genial metáfora de deus,
brotado do coito entre duas formidáveis feras no verão de 1990 que, sem saber,
queriam apenas que o mundo seguisse sendo o que sempre foi.
Vem manquitolando lamber
meu rosto, minha língua com tua língua áspera de herbívoro autista,
Antes que eu engula em
seco e com meu estômago de um só estágio me decida a escutar a jornada pelo mar
tranquilo.